terça-feira, 29 de outubro de 2013

Da elegância à brutalidade



 O mundo da competição tem destas coisas.
Não se olham a questões estéticas, pois os fins exigem resultados. O modelo M1 foi dos mais bem sucedidos da marca BMW no capítulo da conjugação de beleza com performance. Foi um carro fantástico que a marca bávara criou e depressa o popularizou, através de um upgrade que o levou a uma competição que recebeu a designação "Procar".
 Era uma espécie de troféu em que o modelo base se via melhorado relativamente à sua versão base, através de um aumento de potência no motor, sendo ainda igualmente revisto no capítulo aerodinâmico, onde para além dos alargamentos da carroçaria ao nível dos seus eixos, recebia também um grande spoiler frontal e um respeitável aileron.
 Mais tarde, com o surgimento e popularização do fantástico regulamento do chamado Gr.5 onde o limite quase era o céu, este mesmo modelo ressurgiu, assumindo agora formas brutais.
 Poderemos mesmo dizer que da elegância se chegou ao inferno. Com pouco mais do que uma capota, uns vidros e uns faróis em comum com o a sua versão base, esta nova besta do asfalto parece ter ganho nova alma e uma cara completamente nova. A sua estética será discutível, mas indiferentes poucos deixará.
O certo é que o modelo M1 tornou a marcar uma época da competição ao mais alto nível, através da sua espectacularidade e resultados em pista.
 Mas olhando para baixo, quem diria que estamos perante dois BMW M1?

1 comentário:

  1. Mesmo na "mouche", mister Mota... este exemplo do M1 é um pouco o que eu sinto em relação ao que os regulamentos do Gr.5 permitiram estragar a estética dos modelos "top" desportivos. No caso do M1, um modelo fora de série e não muito vulgar nas ruas, era lindíssimo na configuração Gr.4 mas quando em Gr.5, a coisa foi completamente estragada. Fa-me lembrar um pouco o caso do Lancia Stratos de Gr.5, na minha óptica sofreu do mesmo mal.

    Já os outros modelos que não eram tão exclusivos como o Capri e o BMW E21, acho-os lindíssimos na configuração Gr.5. Mesmo o Porsche 935, que foge um pouco neste raciocínio por ser um modelo "top", realmente não sei se era mais frequente ver um Porsche 911 nas estradas do que um M1 ou Stratos... e é fantástico na versão Gr.5. E como tiffosi me penitencio, o Ferrari 512 BB/LM tem umas linhas que são cativantes pela brutalidade, mas não é dos modelos de melhor estética (aqueles faróis... aiii).

    No meio disto tudo, só mesmo o Beta Montecarlo é que fica assim no "limbo". Nâo sei descrever.


    Como disse, uma crónica apropriada, esta do M1. Parece que realmente há quem concorde com a dicotomia Gr.4/Gr.5 deste modelo particular. Abraço,

    Hugo

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